A fonte era "Nova", mas já tinha cinqüenta e nove anos de muita história para contar. Grandes campeonatos carregados de oitenta mil emoções. Pena que nenhuma delas pertenceu aos nossos governantes de todo esse tempo, negligenciaram o que estava iminente.
Nunca freqüentei o estádio Otávio Mangabeira, nem ao menos me interessei em visitá-lo. Entretanto, enquanto lia a notícia sobre a implosão da “Fonte Nova”, vi o meu avô, torcedor do Vitória, relembrar o tempo em que o estádio fora construído, o dia da inauguração, quando ele entrou pela primeira vez no Otávio Mangabeira. Meu pai, também torcedor do Vitória, começou a contar quantas vezes foi ao estádio. Então pensei em quantos baianos estavam naquele momento recordando suas passagens pela “Fonte”, meu primo, tricolor fervoroso, com certeza estava na frente do Dique do Tororó junto a milhares de torcedores chorando pelo lar do Esporte Clube Bahia. É verdade, todos com tantas memórias de um tempo tão atual e eu aqui somente observando as sofredoras despedidas deles. Enterneci-me com tanta emoção e choro de todos.
Porém diante de tudo isso, não podia deixar de pensar que o estádio Otávio Mangabeira foi implodido pelo simples fato de que em um domingo de 2007, parte da arquibancada caiu e acidentou fatalmente sete pessoas além de tantos outros feridos. Que fim de jogo não? A Fonte Nova já estava precisando passar por um rejuvenescimento. O que preocupa é qual será o gasto de verba com isso, tomando como referência o metrô de salvador que até hoje não existe. Com a Fonte Nova será diferente somente pela vontade de sediarmos a abertura da Copa do Mundo 2014. Só espero que a Fonte da Juventude traga tantas memórias para os jovens torcedores quanto a Fonte Nova trouxe para os baianos.